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Para João Silva, recluso no EPL há «três anos e seis meses», poder ouvir um piano foi o que mais o tocou. «O piano é um instrumento que me transmite muitos estados de espírito e emocionais e nunca tinha assistido a nenhum [concerto], talvez por isso tenha ficado mais impressionado», disse à Lusa.
Para este recluso, enquanto assiste ao concerto «o tempo passa mais rápido» e quebra-se, assim, a normal rotina de uma prisão.
«Para nós é bom porque passamos um dia diferente e esquecemos um pouco o sítio onde estamos e viajamos um bocadinho mais», sublinhou.
Já para Paulo Fialho, outro dos reclusos, as peças de Mozart foram aquelas de que mais gostou.
«Mozart foi aquele de que eu mais gostei porque foi aquele que suscitou em mim mais sentimentos, como a angústia naquela parte do abismo. Gostei não só pela sua sonoridade, mas por aquilo que faz sentir», descreveu à Lusa.
Presente no concerto, o ministro da Justiça disse ter gostado «muito» e salientou a importância deste tipo de iniciativas na reabilitação dos reclusos.
«Nós queremos que a sociedade colabore cada vez mais com os estabelecimentos prisionais no cumprimento da sua missão ,que envolve desenvolver as capacidades pessoais, profissionais, sociais e culturais dos reclusos, para que eles possam reinserir-se na sociedade e não voltar a cometer crimes. A música e arte têm também um papel neste desafio», explicou Alberto Costa.
Lusa / SOL
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