domingo, 14 de junho de 2009

Voluntariado em meio prisional


Socorrismo, cultura e desporto são algumas áreas que estão a ser trabalhadas no âmbito da parceria entre o Estabelecimento Prisional de Castelo Branco e a Delegação de Castelo Branco da Cruz Vermelha
O voluntariado é desenvolvido nas prisões pela necessidade de apoiar os reclusos em áreas que vão para além da que é tradicional, nomeadamente o voluntariado espiritual e religioso, que sempre existiu.
O enquadramento é dado por Ângela Portugal, directora do Estabelecimento Prisional de Castelo Branco, um dos 18 estabelecimentos que firmaram acordo com as 16 delegações da Cruz Vermelha Portuguesa dia 9 de Maio, no âmbito de um protocolo celebrado entre a direcção nacional da Cruz Vermelha e a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais.
Esta parceria, recorde-se, numa fase inicial, “desenvolve acções em diversos domínios, nomeadamente, do ensino de socorrismo, actividades sócio-culturais e desportivas, educação para a saúde, apoio psicossocial e apoio à reinserção social dos reclusos”.
Mas antes desta parceria, o Estabelecimento Prisional de Castelo Branco já desenvolvia alguns projectos com o apoio de voluntários.
“Como não há ofertas laborais para todos os reclusos (um total de 116), as que existem são complementadas com outras actividades, como a formação, pois temos reclusos a frequentar diversos graus de ensino, do Básico aos cursos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC), num total de 47”, explica Ângela Portugal, sublinhando que “a formação que é ministrada é em áreas com interesse e numa perspectiva de reinserção, podendo em alguns casos, servir para prosseguirem depois os estudos”. Esta formação é ministrada pelo Centro Protocolar de Justiça, mas também através de outras entidades externas, como as escolas.
No âmbito do voluntariado, “os reclusos começaram por responder a um inquérito, onde davam conta das áreas que consideravam que o voluntariado podia resultar”. E as primeiras acções, foram desenvolvidas por voluntários individuais, que estavam inscritos no Banco de Voluntariado de Idanha-a-Nova, “porque têm de estar enquadrados numa instituição, como agora os que temos, que estão integrados na Cruz Vermelha”. Ainda antes do protocolo, recorde-se, o Estabelecimento Prisional de Castelo Branco ainda chegou a desenvolver algumas actividades em parceria com a delegação da Cruz Vermelha Portuguesa da Covilhã, “que se mostrou disponível para colaborar”. Com este acordo, trabalhamos agora com a delegação da Cruz Vermelha de Castelo Branco.
Neste âmbito, e a título experimental, “porque o protocolo vai ser avaliado no final do ano”, está a decorrer o segundo curso, com guardas, de socorrismo, uma formação que também vai ser feitas com os reclusos. Além disso, com a população reclusa vão também ser desenvolvidas actividades sócio-culturais e desportivas (estas orientadas com dois professores de educação física).
À margem destas actividades, continuarão a realizar o seu trabalho voluntário, os visitadores religiosos, um professor de ioga e uma professora de artes, que está a desenvolver actualmente um trabalho na área da reciclagem, muito criativa, aproveitando outdoors inutilizados para fazer todo o tipo de sacos, malas e outras surpresas, que estarão em breve numa exposição pública.
Este programa está enquadrado pela Lei do Voluntariado, mas cada estabelecimento define o seu plano de actividades, de acordo com as necessidades sentidas e prioridades. Na plataforma do Programa Gerir e Inovar os Serviços Prisionais (PGISP) vão estar também disponíveis o Manual do Voluntário, o Manual do Formador e os Recursos Técnico-Pedagógicos, no âmbito da Gestão do Voluntariado em Meio Prisional, uma vez que, em termos de procedimentos, as práticas, quer dos formadores, quer dos voluntários, tem de ser uniforme em todos os estabelecimentos prisionais.
Por: Lídia Barata


reconquista.pt

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Direcção

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Mensagem de boas-vindas

"...Quando um voluntário é essencialmente um visitador prisional, saiba ele que o seu papel, por muito pouco que a um olhar desprevenido possa parecer, é susceptível de produzir um efeito apaziguador de grande alcance..."

"... When one is essentially a volunteer prison visitor, he knows that his role, however little that may seem a look unprepared, is likely to produce a far-reaching effect pacificatory ..."

Dr. José de Sousa Mendes
Presidente da FIAR