Implementado há dois anos pela associação SER+, o projecto «Reage» tem como principal objectivo a promoção da saúde dentro do Estabelecimento Prisional do Linhó. Até 2011 – altura em que termina esta acção – a entidade promotora espera diminuir os comportamentos de risco dos reclusos, através da formação e da aquisição de competências.
Há cerca de cinco anos, a associação SER+ lançou o repto a três estabelecimentos prisionais do distrito de Lisboa. Objectivo? Prevenir as infecções sexualmente transmissíveis dentro da prisão. O Estabelecimento Prisional (EP) do Linhó respondeu positivamente e, a partir daí, foi estabelecida uma parceria entre estas duas instituições, que culminou com a construção conjunta do projecto «REage».
Esta iniciativa contempla, entre outras acções, a criação de um gabinete de aconselhamento na área da sexualidade e de apoio psicológico a reclusos infectados pelo VIH/SIDA, para além da implementação de uma disciplina de educação para a saúde, integrada no plano de estudos da escola do EP. No horizonte deste projecto está a mudança de atitudes e comportamentos e a aquisição de competências por parte dos reclusos, no que diz respeito ao VIH/SIDA e a outras infecções sexualmente transmissíveis. Em parceria com os professores, a Dr.ª Liliana Domingos, uma das técnicas do projecto «REage», trabalha as competências e os comportamentos promotores de saúde com os reclusos, na sala de aula.
«Outra das valências deste projecto é dar acções de formação aos guardas e técnicos do Linhó, sobre os mais variados temas dentro da área da saúde», esclarece a Dr.ª Ana Luísa Duarte, coordenadora do projecto «REage». Na sua perspectiva, procura-se «sensibilizar estes profissionais para esta problemática». De acordo com a Dr.ª Ana Luísa Duarte, os guardas prisionais, os profissionais que estão na linha da frente, têm muitos «medos e crenças, alguns fundamentados, outros não».
De acordo com a responsável pelo «REage», este projecto foi desenvolvido em parceria com o EP de Linhó, depois de apuradas as necessidades. «A prisão é um contexto onde surge um elevado número de pessoas infectadas», justifica a Dr.ª Ana Luísa Duarte. O VIH/SIDA tem sido um dos temas centrais do trabalho da equipa técnica, já que, segundo apontam as estatísticas, 10% dos reclusos dentro das prisões estão infectados. «Muitas destas pessoas têm um historial de comportamentos de risco.»
Dada a falta de conhecimentos no interior da prisão, alguns reclusos usam «a seropositividade como arma de defesa face aos pares», conta. «Com os reclusos pretende-se aumentar os conhecimentos e promover comportamentos protectores da saúde em geral, não apenas do VIH.»Para a Dr.ª Ana Luísa Duarte, era urgente implementar um programa desta natureza, já que, por norma, os reclusos têm poucos cuidados com a saúde. «Cuidam apenas do corpo e é por uma questão de sobrevivência, não propriamente por motivos de saúde. Com este projecto procura-se uma mudança de postura por parte dos reclusos face à sua saúde.»
Os resultados deste projecto, que perdura até 2011, só estarão disponíveis no final do programa «REage». «Ao nível do acompanhamento psicológico ainda não é possível fazer uma avaliação», diz a Dr.ª Ana Filipa Lopes, técnica. Para se avaliar este projecto, são distribuídos questionários a uma amostra da população reclusa no início e no final do «REage». «Os resultados não se obtêm de imediato, porque, num contexto fechado como é a prisão, as mudanças de comportamentos e atitudes demoram algum tempo», corrobora a Dr.ª Ana Luísa Duarte.
Fonte: JAS Farma -
Artigo de Informação SIDA®
Nº 83 / Novembro de 2010
Há cerca de cinco anos, a associação SER+ lançou o repto a três estabelecimentos prisionais do distrito de Lisboa. Objectivo? Prevenir as infecções sexualmente transmissíveis dentro da prisão. O Estabelecimento Prisional (EP) do Linhó respondeu positivamente e, a partir daí, foi estabelecida uma parceria entre estas duas instituições, que culminou com a construção conjunta do projecto «REage».
Esta iniciativa contempla, entre outras acções, a criação de um gabinete de aconselhamento na área da sexualidade e de apoio psicológico a reclusos infectados pelo VIH/SIDA, para além da implementação de uma disciplina de educação para a saúde, integrada no plano de estudos da escola do EP. No horizonte deste projecto está a mudança de atitudes e comportamentos e a aquisição de competências por parte dos reclusos, no que diz respeito ao VIH/SIDA e a outras infecções sexualmente transmissíveis. Em parceria com os professores, a Dr.ª Liliana Domingos, uma das técnicas do projecto «REage», trabalha as competências e os comportamentos promotores de saúde com os reclusos, na sala de aula.
«Outra das valências deste projecto é dar acções de formação aos guardas e técnicos do Linhó, sobre os mais variados temas dentro da área da saúde», esclarece a Dr.ª Ana Luísa Duarte, coordenadora do projecto «REage». Na sua perspectiva, procura-se «sensibilizar estes profissionais para esta problemática». De acordo com a Dr.ª Ana Luísa Duarte, os guardas prisionais, os profissionais que estão na linha da frente, têm muitos «medos e crenças, alguns fundamentados, outros não».
De acordo com a responsável pelo «REage», este projecto foi desenvolvido em parceria com o EP de Linhó, depois de apuradas as necessidades. «A prisão é um contexto onde surge um elevado número de pessoas infectadas», justifica a Dr.ª Ana Luísa Duarte. O VIH/SIDA tem sido um dos temas centrais do trabalho da equipa técnica, já que, segundo apontam as estatísticas, 10% dos reclusos dentro das prisões estão infectados. «Muitas destas pessoas têm um historial de comportamentos de risco.»
Dada a falta de conhecimentos no interior da prisão, alguns reclusos usam «a seropositividade como arma de defesa face aos pares», conta. «Com os reclusos pretende-se aumentar os conhecimentos e promover comportamentos protectores da saúde em geral, não apenas do VIH.»Para a Dr.ª Ana Luísa Duarte, era urgente implementar um programa desta natureza, já que, por norma, os reclusos têm poucos cuidados com a saúde. «Cuidam apenas do corpo e é por uma questão de sobrevivência, não propriamente por motivos de saúde. Com este projecto procura-se uma mudança de postura por parte dos reclusos face à sua saúde.»
Os resultados deste projecto, que perdura até 2011, só estarão disponíveis no final do programa «REage». «Ao nível do acompanhamento psicológico ainda não é possível fazer uma avaliação», diz a Dr.ª Ana Filipa Lopes, técnica. Para se avaliar este projecto, são distribuídos questionários a uma amostra da população reclusa no início e no final do «REage». «Os resultados não se obtêm de imediato, porque, num contexto fechado como é a prisão, as mudanças de comportamentos e atitudes demoram algum tempo», corrobora a Dr.ª Ana Luísa Duarte.
Fonte: JAS Farma -
Artigo de Informação SIDA®
Nº 83 / Novembro de 2010
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