quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Voluntários e reclusos requalificam espaços em sete cadeias do país

Voluntários e reclusos dos estabelecimentos prisionais das Caldas da Rainha e Alcoentre protagonizam hoje o arranque de um projecto que até sexta-feira envolve 70 voluntários na requalificação de espaços prisionais.
Intitulado “Mão na Mão” e coordenado pela Fundação Portugal Telecom, o projecto envolve cerca de 70 voluntários que “colaboram pelo terceiro ano na recuperação de espaços em estabelecimentos”, disse à Lusa a coordenadora da acção, Clara Cidade.A reorganização da biblioteca, em Alcoentre, e a pintura da sala de visitas do Estabelecimento Prisional das Caldas da Rainha (EPCR), marcaram esta manhã o arranque do programa que decorre até dia 25.Gonçalo Pereira, 31 anos (a cumprir uma pena de três anos e quatro meses) e Alexandre Cordeiro, 33 anos (e a seis meses do final da pena de dois anos) são dois dos oito reclusos que aceitaram participar.“Está a ser muito interessante, para variar a rotina” disseram à Lusa, sublinhando a importância destas acções no processo de reinserção social.Com mais de 100 reclusos com penas até cinco anos, o EPCR, aposta, desde 2009, no voluntariado promovido pelo Banco Local e instituições como os bombeiros voluntários, Banco Alimentar Contra a Fome e clubes desportivos.Um inquérito apurou como principais interesses as questões ligadas aos direitos e deveres, questões jurídicas e acções ligadas à cidadania.“Tentando dar a voz aos destinatários e procurando saber quais são as necessidades que mais sentem” o director do EPCR, António Oliveira, procura alargar a áreas como a dinamização de actividades culturais (música, leitura) e de carácter desportivo.Dezenas de reclusos participam semanalmente nas sessões promovidas por Victor Marques e Hugo de Jesus, pastores da Igreja Evangélica, que já levaram “apoio na área religiosa e social” e mais de 60 pessoas.A “responsabilização e apelo à participação de todas as pessoas de boa vontade no processo de reinserção” e a “relação que permite aos voluntários perceber o que é este mundo prisional” são aspectos destacados por Teresa Mateus, técnica responsável pelo voluntariado em sistema prisional.O projecto Mão na Mão, envolve além da Fundação Portugal Telecom, mais 18 empresas, que desde 2009 actuaram em 13 cadeias e este ano abrangem sete.Terça-feira será a vez do Hospital Prisional de S. João de Deus, seguindo-se Aveiro (23), Leiria (24) e, por último, Santa Cruz do Bispo e Beja (25).O programa continua esta tarde com uma visita virtual a um museu ou monumento, através do portal www.culturaonline.pt e um momento cultural oferecido pelos reclusos aos voluntários.
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Direcção

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Mensagem de boas-vindas

"...Quando um voluntário é essencialmente um visitador prisional, saiba ele que o seu papel, por muito pouco que a um olhar desprevenido possa parecer, é susceptível de produzir um efeito apaziguador de grande alcance..."

"... When one is essentially a volunteer prison visitor, he knows that his role, however little that may seem a look unprepared, is likely to produce a far-reaching effect pacificatory ..."

Dr. José de Sousa Mendes
Presidente da FIAR