domingo, 25 de janeiro de 2009

Capelanias prisionais esperam nova lei

O projecto da regulamentação das capelanias prisionais encontra-se na Comissão Paritária. D. Carlos Azevedo adiantou em conferência de imprensa, na manhã desta Segunda-feira, em Fátima, por ocasião do Encontro Nacional de Capelães Prisionais que “a Conferência Episcopal Portuguesa não foi ouvida nem o departamento da Pastoral Social”. Palavras recordadas à Agência ECCLESIA pelo Pe. João Gonçalves, responsável nacional pelas capelanias prisionais, que afirma que os capelães estão a trabalhar no espírito da lei vigente, porque a Concordata de 2004 não foi ainda regulamentada. “Para nós é uma incógnita o que vai acontecer e não podemos reger-nos por uma lei de futuro”. O responsável nacional afirma que os capelães estão a trabalhar “como sempre trabalhámos”.
O trabalho dos capelães prisionais está em reflexão no encontro nacional. Presente no primeiro dia de trabalhos, esteve a Directora geral dos Serviços Prisionais, Clara Albino, que explicou à Agência ECCLESIA que o trabalho de regulamentação está a ser “desenvolvido juntamente com quem está no terreno”.
Clara Albino afirma que “ao nível de voluntariado ou no apoio espiritual, o trabalho das capelanias é fundamental e pode ajudar a mudar as imagens que tanto a sociedade como a população prisional têm mutuamente”.
O Pe. João Gonçalves afirma que tanto capelães como voluntários “estão nas prisões por causa dos reclusos e dos seus direitos. O trabalho é feito para dar aos reclusos um direito fundamental”.
O responsável nacional chama a atenção que a grande maioria do trabalho voluntário feito nas prisões é “de voluntários católicos e desenvolvido por intermédio das capelanias prisionais”. O voluntariado é “distinto do trabalho do capelão ou assistente espiritual”, frisa o sacerdote. “O capelão tem um lugar específico de coordenador dos voluntários católicos, promovendo os espaços religiosos”, aponta.
Os voluntários podem desenvolver “actividades de caracter formativo e social”. Estes projectos são apresentados ao director do estabelecimento prisional, com “objectivos e acções definidos”. O Pe. João Gonçalves explica que este processo e mecanismo já acontece, “percebe-se agora que, com este Guia Metodológico (proposta que estipula o voluntariado em meio prisional), quer-se estender a todos os estabelecimentos prisionais de forma programada e projectada, trazendo alguma exigência também”.
O voluntariado é uma forte aposta dentro de várias alterações em processo na área dos estabelecimentos prisionais. Clara Albino frisa que o investimento se vai centrar no desejo de “dar maior sentido e objectividade e orientar os projectos para a reinserção social e para o acompanhamento enquanto estão presos”.
A Directora geral dos Serviços prisionais aponta ser fundamental, tal como foi reflectido no encontro nacional dos capelães, “distinguir entre acções de voluntariado e de evangelização”. A distinção, garante, “vai potenciar cada um das áreas”.
A lei da liberdade religiosa tem de efectivar o trabalho de todas as religiões “em sã harmonia e convivência com os presos”. A Directora geral aponta que em nada diminuiu o trabalho das capelanias, mas “distinguindo o trabalho, ele é potenciado”. http://agencia.ecclesia.pt

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Direcção

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Mensagem de boas-vindas

"...Quando um voluntário é essencialmente um visitador prisional, saiba ele que o seu papel, por muito pouco que a um olhar desprevenido possa parecer, é susceptível de produzir um efeito apaziguador de grande alcance..."

"... When one is essentially a volunteer prison visitor, he knows that his role, however little that may seem a look unprepared, is likely to produce a far-reaching effect pacificatory ..."

Dr. José de Sousa Mendes
Presidente da FIAR