quinta-feira, 7 de abril de 2011
Igreja quer construir casa de apoio aos reclusos em Lisboa
Responsável pelo setor apela ao voluntariado para aumentar qualidade do serviço desenvolvido Lisboa, 04 abr 2011 – O serviço da pastoral penitenciária da diocese de Lisboa “sonha construir” uma casa de apoio aos reclusos, anunciou à ECCLESIA o padre João Nogueira, responsável por este setor diocesano da pastoral. Com 12 estabelecimentos prisionais no território da diocese de Lisboa, o padre João Nogueira disse o encontro realizado este sábado, na igreja do Sagrado Coração de Jesus (Lisboa) serviu para “refletir sobre a dádiva, a necessidade de mais voluntários” e para que o serviço prestado aos reclusos “possa ter mais qualidade”. Ao falar sobre o sonho de uma residência para os reclusos, o sacerdote de Lisboa refere que já existe um espaço - «O Companheiro» -, mas “é pequeno”. Quando os reclusos têm uma precária, “se não existir um domicílio eles não podem usufruir desse benefício que a lei lhes permite”, adianta. Em pleno Ano Europeu do Voluntariado, o responsável da diocese de Lisboa para a pastoral penitenciária salienta que é fundamental que as comunidades cristãs - independentemente de não terem na sua área geográfica um estabelecimento prisional - “sintam a solicitude com os homens e mulheres que estão presas”. Esta “nova mentalidade” deve “começar eclesialmente, para além da sociedade civil, obviamente”, acrescentou. Independentemente do Ano do Voluntariado, os cristãos “sempre se organizaram nesta área”, visto que “todos os estabelecimentos prisionais – não apenas na diocese de Lisboa – têm voluntários”. Há homens e mulheres que sentem o “apelo e vocação especial” para estarem com os reclusos”, mas “com toda a certeza o ano do voluntariado vem reforçar este desafio”, desabafou. A restituição da dignidade do recluso é um dos objetivos dos voluntários prisionais, visto que “se olha para eles como pessoas e não como números”, sublinhou à ECCLESIA a voluntária Helena Mendes que participou na jornada de pastoral penitenciária. Como a população prisional é cada vez maior, “eles perdem a individualidade” – acrescenta. Cada visitador tem o seu estilo e a sua forma de se aproximar ao recluso, mas ao falar da sua experiência Helena Mendes afirma que insiste em despertar em cada um, “o manancial que existe dentro deles e, muitas vezes, desconhecem”. Numa primeira fase, os reclusos têm que se “reconhecer dignos como pessoas para poderem aceitar-se como dignos filhos de Deus”. De uma maneira geral, a sociedade encara o visitador prisional como uma “pessoa fora daquilo que lhe é compreensível”, disse a voluntária. Com uma cultura “mais punitiva do que restaurativa”, o papel do voluntário neste setor “passa muito pelo desenvolvimento espiritual” A prisão é um ambiente “pesado e muito exigente em termos emocionais”, no entanto “é um meio de enriquecimento pessoal”, refere Helena Mendes. Com uma população prisional cada vez maior – “o número de reclusos jovens é enorme” – Helena Mendes solicita “mais voluntários” que possam ajudar estes homens e mulheres. PTE/
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Mensagem de boas-vindas
"...Quando um voluntário é essencialmente um visitador prisional, saiba ele que o seu papel, por muito pouco que a um olhar desprevenido possa parecer, é susceptível de produzir um efeito apaziguador de grande alcance..."
"... When one is essentially a volunteer prison visitor, he knows that his role, however little that may seem a look unprepared, is likely to produce a far-reaching effect pacificatory ..."
Dr. José de Sousa Mendes
Presidente da FIAR
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