O lançamento em DVD do filme 'O Leitor' decorreu ontem em simultâneo nos 48 estabelecimentos prisionais do País. Na prisão feminina de Tires, 18 reclusas anteciparam o evento com um desfile de roupas à base de materiais reciclados.
Dois rostos bonitos, Maria João Cunha, 43 anos, e Sónia Mendes, 32, davam as boas-vindas aos jornalistas que ontem se deslocaram ao Estabelecimento Prisional de Tires para assistir ao lançamento em DVD do filme O Leitor . A estas duas reclusas juntaram-se depois outras 18, que desfilaram com um conjunto de vestidos feitos com materiais reciclados antes da sessão de cinema em sala apropriada.
A Zon Lusomundo, que lançou o DVD, chama a esta estratégia de marketing "lógica de responsabilidade social das empresas". A Direcção-Geral dos Serviços Prisionais (DGSP), que aceitou a parceria, agradeceu a ideia e, na realidade, viu-se ontem um outro lado do sistema prisional - um menos feio, ou um quase bonito.
"Isto não é o que se vê nos filmes americanos", garantiu-nos Maria João Cunha, elegantemente vestida, pondo ali em prática o curso de Organização de Eventos que acabou de frequentar no Estabelecimento Prisional. "Há aqui novas oportunidades", frisou.
A reclusa referia-se, mesmo, aos cursos intensivos do Instituto do Emprego e Formação Profissional que possibilitam em pouco tempo o acesso ao 9.º e ao 12.º anos. Referia-se também às novas aptidões que ali podem ser adquiridas através das várias áreas de formação profissional administradas.
No seu caso concreto, tal como Sónia Mendes, há muito que concluíram o 12.º ano. E não foi ali. Mas as suas vidas privadas, para o caso, não interessavam para nada. Maria João garantiu apenas que na fase seguinte da sua vida irá continuar na área da gestão.
Mas as outras 18 mulheres, em estilo prision-chique, mostraram o que aprenderam no curso sobre Ambiente e Reciclagem. A apresentação de moda, que começou no exterior e depois subiu ao palco, foi trabalhada ao pormenor: com música, luz e os passos. Uma roupa mais ousada suscitava sempre uns assobios, delas para elas, e palmas, muitas palmas, sobretudo, no desfile final com a noiva em destaque. E depois de um autêntica euforia de moda , seguiu-se o silêncio para o filme O Leitor. Pela primeira vez um DVD era lançado num estabelecimento prisional.
Mas "estão a decorrer exibições simultâneas em todos os 48 estabelecimentos prisionais do País", explicou Saul Rafael, da Zon Lusomundo, frisando que o projecto, em parceria com a DGSP, se intitula, precisamente, DVD - Dinamizar, Visualizar e Discutir.
"A ideia é que o filme suscite nos estabelecimentos a criação de grupos de debate em volta de temáticas que são abordadas nos argumentos", explicou depois o vice-director da DGSP, Paulo de Carvalho, para quem aquela parceria significa também um desafio à sociedade civil com vista a abrirem-se as portas das prisões.
A existência de grupos de debate é já uma realidade em Tires, esclareceu Maria João, garantindo que "são interessantes".
Dois rostos bonitos, Maria João Cunha, 43 anos, e Sónia Mendes, 32, davam as boas-vindas aos jornalistas que ontem se deslocaram ao Estabelecimento Prisional de Tires para assistir ao lançamento em DVD do filme O Leitor . A estas duas reclusas juntaram-se depois outras 18, que desfilaram com um conjunto de vestidos feitos com materiais reciclados antes da sessão de cinema em sala apropriada.
A Zon Lusomundo, que lançou o DVD, chama a esta estratégia de marketing "lógica de responsabilidade social das empresas". A Direcção-Geral dos Serviços Prisionais (DGSP), que aceitou a parceria, agradeceu a ideia e, na realidade, viu-se ontem um outro lado do sistema prisional - um menos feio, ou um quase bonito.
"Isto não é o que se vê nos filmes americanos", garantiu-nos Maria João Cunha, elegantemente vestida, pondo ali em prática o curso de Organização de Eventos que acabou de frequentar no Estabelecimento Prisional. "Há aqui novas oportunidades", frisou.
A reclusa referia-se, mesmo, aos cursos intensivos do Instituto do Emprego e Formação Profissional que possibilitam em pouco tempo o acesso ao 9.º e ao 12.º anos. Referia-se também às novas aptidões que ali podem ser adquiridas através das várias áreas de formação profissional administradas.
No seu caso concreto, tal como Sónia Mendes, há muito que concluíram o 12.º ano. E não foi ali. Mas as suas vidas privadas, para o caso, não interessavam para nada. Maria João garantiu apenas que na fase seguinte da sua vida irá continuar na área da gestão.
Mas as outras 18 mulheres, em estilo prision-chique, mostraram o que aprenderam no curso sobre Ambiente e Reciclagem. A apresentação de moda, que começou no exterior e depois subiu ao palco, foi trabalhada ao pormenor: com música, luz e os passos. Uma roupa mais ousada suscitava sempre uns assobios, delas para elas, e palmas, muitas palmas, sobretudo, no desfile final com a noiva em destaque. E depois de um autêntica euforia de moda , seguiu-se o silêncio para o filme O Leitor. Pela primeira vez um DVD era lançado num estabelecimento prisional.
Mas "estão a decorrer exibições simultâneas em todos os 48 estabelecimentos prisionais do País", explicou Saul Rafael, da Zon Lusomundo, frisando que o projecto, em parceria com a DGSP, se intitula, precisamente, DVD - Dinamizar, Visualizar e Discutir.
"A ideia é que o filme suscite nos estabelecimentos a criação de grupos de debate em volta de temáticas que são abordadas nos argumentos", explicou depois o vice-director da DGSP, Paulo de Carvalho, para quem aquela parceria significa também um desafio à sociedade civil com vista a abrirem-se as portas das prisões.
A existência de grupos de debate é já uma realidade em Tires, esclareceu Maria João, garantindo que "são interessantes".
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