segunda-feira, 19 de setembro de 2011

AUSTRÁLIA: APELO DA IGREJA PELA SITUAÇÃO NAS PRISÕES

Broome, 16 set (RV) - “Construir pontes, não muros”: é o apelo lançado pela Conferência Episcopal da Austrália em relação à questão carcerária no país. O chamado está contido no documento pragmático 2011-2012, publicado recentemente pelo Conselho australiano católico para a Justiça Social. O organismo, ligado à Conferência Episcopal local, é presidido pelo Bispo de Broome, Dom Christopher Saunders.

“Devemos refletir sobre a situação dos detentos, escreve o bispo no prefácio do documento. Entre 1984 e 2008, o número de australianos na prisão quase dobrou. Mas a taxa de criminalidade permaneceu inalterada ou diminuiu”. Sem levar em consideração que “a maioria dos presos australianos provêm de camadas mais desfavorecidas da sociedade: indígenas, marginalizados, doentes mentais. Assim sendo, devemos nos perguntar se o judiciário realmente administra a justiça em nossas comunidades”.

Naturalmente, continua Dom Saunders no seu prefácio, “não estamos tentando justificar os crimes ou minimizar o terrível impacto que eles podem ter sobre as pessoas inocentes”. No entanto, é necessário fazer algumas perguntas: “Por que tantas pessoas estão em prisões na Austrália? Existem alternativas construtivas para a prisão? O que você faz para ajudar os presos a levar uma vida profícua, uma vez cumprida a pena?”

Agradecendo, em seguida, “o incansável trabalho” de todos os capelães carcerários, o prelado recorda a atenção de Jesus para com os marginalizados, assim como a prisão sofrida por tantos mártires católicos. A esperança é que o documento pragmático ajude os australianos a não se esquecerem da questão carcerária.

Dividido em três seções - intitulado “A prisão última praia?", “O ensinamento da Igreja”, “Qual é a resposta dos cristãos?” – o documento traz também muitos exemplos de capelães de prisão.

Entre os pontos mais sublinhados, há a desigualdade de tratamento dos prisioneiros nos diversos cárceres do país, o chamado a respeitar a dignidade humana de todas as pessoas, inclusive aqueles que cometeram um crime, um convite a buscar uma solução para os fatores sociais que contribuem à criminalidade, o chamado a contribuir para a reintegração dos ex-presos na sociedade, bem como pensar em alternativas realistas à detenção. Finalmente, os cristãos são chamados a construir um “novo sentido de comunidade”, seguindo o exemplo da parábola evangélica do filho pródigo. (SP)

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Mensagem de boas-vindas

"...Quando um voluntário é essencialmente um visitador prisional, saiba ele que o seu papel, por muito pouco que a um olhar desprevenido possa parecer, é susceptível de produzir um efeito apaziguador de grande alcance..."

"... When one is essentially a volunteer prison visitor, he knows that his role, however little that may seem a look unprepared, is likely to produce a far-reaching effect pacificatory ..."

Dr. José de Sousa Mendes
Presidente da FIAR