Apraz-me registar com muita alegria e satisfação a realização da V Semana de Fé e Cultura, uma
iniciativa que se realiza em benefício da população do Estabelecimento Prisional de Braga. Durante esta semana são várias as actividades programadas que pretendem ajudar a “rasgar horizontes”.Ressalvo esta iniciativa porque, em tempos de estudante universitário, também estive ligado à sua organização, inserido na Pastoral Prisional de Braga, como seminarista. Também eu tive oportunidade de labutar com outros companheiros para conseguirmos trazer à prisão de Braga, ou fora dela, pessoas que, pelo seu mérito de vida, fossem exemplo e testemunho para os presos. Lembro as canseiras e as dificuldades sentidas do dia-a-dia, das visitas à cadeia, dos cursos, formações, palestras, encontros e toda uma panóplia de actividades que preparávamos, apenas a pensar no bem que podiam fazer aos reclusos.No meio disto, havia um excelente grupo – numeroso e bom – de voluntários e voluntárias que se empenhava nesta missão. A Pastoral Prisional de Braga tinha, nesse tempo, (como hoje, com certeza!) excelentes relações com a direcção, os guardas, com o grupo de professores da Escola EB2, 3 André Soares, com a capelania, o Seminário Conciliar e a Arquidiocese...Claro que todos estes intervenientes percebiam que a Pastoral Prisional realizava uma trabalho pertinente e até mesmo necessário. Não eram apenas visitas, quer a reclusos, quer a muitas das suas famílias, nem eram só orações e missas: era formação, partilha de conhecimentos e de competências, era educação, era, acima de tudo, preparação para uma reinserção social, a todos os níveis. Por isso, alegro-me conhecer hoje pessoas (e conheço casos) que encontrei na prisão e que seguiram com as vidas em frente e hoje estão inseridas na sociedade. Faço votos para que esta semana cumpra todos os seus objectivos.
Mas reforço a ideia: era bom ver de novo um grande grupo de voluntários na prisão de Braga, para bem dos reclusos. Voluntários precisam-se!(Publicado no DM do dia 06.05.2009)
José António Carneiro
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