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O projecto começou com a vontade de Ana Faria e Maia iniciar uma actividade de cariz voluntário, tendo solicitado ao director do estabelecimento prisional autorização para desenvolver este projecto de técnicas de relaxamento, em 2007.Durante os primeiros dois anos o projecto foi apenas dedicado a reclusas, mas, recentemente, passou a ser promovido junto de alguns reclusos. A terapia mudou a “forma de encarar a vida das reclusas”, revelando “maior serenidade, mais confiança e paz interior, apesar de não existir uma grande estabilidade, porque existe uma grande expectativa e angústia”, descreve a responsável do projecto. As competências adquiridas durante as sessões de relaxamento apresentam benefícios aos participantes neste projecto, quando são libertados, porque ajuda-os a reflectir sobre os crimes que praticaram e apresenta-lhes uma nova forma de viver em sociedade.“Por vezes, existia uma certa agressividade entre as reclusas, mas agora já se conseguem controlar. Em determinados momentos são intolerantes e existem conflitos, mas agora optam por se calarem, em vez de terem uma reacção explosiva”, descreve.A agressividade revelada por algumas reclusas é um sintoma de “carências afectivas, porque viveram experiências terríveis”. O objectivo desta terapia consiste na mudança da consciência dos reclusos, porque “a vida não é agressividade. A vida é amor. É isto que estamos a aprender neste Mundo. Não importa a religião ou a família onde se nasce. As pessoas precisam de viver com amor”, sublinha.A responsável considera que os resultados deste projecto apenas podem ser analisados quando os participantes deste programa saírem do estabelecimento prisional, porque “até agora, saíram poucas reclusas”.Ana Faria e Maia iniciou o estudo destas temáticas há onze anos, através de um curso de controle mental promovido em Ponta Delgada. “O curso foi um sucesso e consciencializamo-nos que podemos viver de uma forma mais leve, sem stress e com amor”. O primeiro contacto com estas terapêuticas despertou o interesse de Ana Faria e Maia que frequentou, mais tarde, dois cursos de Reiki, uma terapia baseada na manipulação de energia vital através da imposição de mãos, com o objectivo de restabelecer o equilíbrio vital, contribuindo para a cura de certas doenças e para o bem-estar.
Luís Pedro Silva
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