Desvendar o "espírito do lugar" do Estabelecimento Prisional de Coimbra (EPC) através das imagens do interior da prisão e do que sugerem em termos da vivência quotidiana, é possível através da exposição "INTRO", ali patente até dia 30.
Da autoria de Pedro Medeiros, "INTRO" compreende 20 imagens impressas e 88 incluídas numa instalação vídeo, num conjunto que visa "estabelecer o diálogo entre o património e a memória histórica e o que é uma visão contemporânea do edifício", que está a celebrar 120 anos, convidando a "um salto para dentro" deste espaço de reclusão situado "no coração da cidade".
"Um objectivo essencial é termos uma leitura de um edifício que, ironicamente, está plantado no coração da cidade, um edifício com o qual convivemos diariamente. A nossa intenção é que se possa dar um salto para dentro [desse espaço]", disse Pedro Medeiros à agência Lusa.
Imagens das alas e celas dos reclusos, da área de isolamento ou do gabinete de revista, articulam-se com fotografias de outros espaços da Penitenciária, como o refeitório, a barbearia, as oficinas, a alfaiataria ou a biblioteca.
"INTRO" conduz-nos pelo espaço arquitectónico do EPC - celas, corredores, refeitório, barbearia, oficinas, balneário, recreio, gabinete de revista aos reclusos - e, em certa medida, reporta-nos também à sua componente vivencial. Contudo, Pedro Medeiros mostra-nos esta componente humana de modo sugerido, não efectivo. Trata-se, na sua esmagadora maioria, de imagens de espaços vazios - mesmo quando vistos pelo lado de fora, público - nos quais se adivinham vida, acções, conversas, trabalho, descanso, solidão. É o olhar que confere espaço à imaginação de vida num edifício oitocentista, imponente e congelado no tempo", refere a curadora da exposição, Isabel Nogueira.
A exposição, que pode ser visitada mediante marcação prévia junto do EPC, tira partido de dimensões e objectos museológicos do edifício oitocentista - como o próprio local onde está patente, no túnel que funcionou no passado como o local de entrada dos reclusos na prisão - ou a diligência centenária colocada no acesso.
"O que pretendemos foi uma narrativa visual sobre o espírito do lugar e não sobre os reclusos", adiantou Pedro Medeiros.
Realizada durante um ano com o apoio e acompanhamento da direcção do EPC, a missão fotográfica resulta "numa obra de visão autoral cuja intenção é a criação de um espaço de reflexão sobre os vários aspectos que identificam a memória e o espírito deste lugar: por um lado, o seu património histórico e arquitectónico, por outro, uma leitura dos principais locais desta instituição prisional, da sua disciplina de organização e do seu modo de funcionamento intramuros".
Da diversidade de espaços retratados na exposição estão ausentes, na grande maioria, as pessoas, tendo Pedro Medeiros inserido no conjunto de imagens impressas apenas uma fotografia com a mão de um recluso.
"Queria um elemento de humanização e também expressivo que exemplificasse a marca de reclusão, um punho fechado, em tensão, com uma tatuagem com cinco quinas, simbólica para os reclusos", explicou o artista.
Inaugurada no passado dia 31 de Outubro, a exposição surge associada ao lançamento de um livro, de edição limitada a 120 exemplares, com encadernação manual e acabamentos realizados por reclusos na Oficina de Encadernação do EPC.
dn.sapo.pt
Da autoria de Pedro Medeiros, "INTRO" compreende 20 imagens impressas e 88 incluídas numa instalação vídeo, num conjunto que visa "estabelecer o diálogo entre o património e a memória histórica e o que é uma visão contemporânea do edifício", que está a celebrar 120 anos, convidando a "um salto para dentro" deste espaço de reclusão situado "no coração da cidade".
"Um objectivo essencial é termos uma leitura de um edifício que, ironicamente, está plantado no coração da cidade, um edifício com o qual convivemos diariamente. A nossa intenção é que se possa dar um salto para dentro [desse espaço]", disse Pedro Medeiros à agência Lusa.
Imagens das alas e celas dos reclusos, da área de isolamento ou do gabinete de revista, articulam-se com fotografias de outros espaços da Penitenciária, como o refeitório, a barbearia, as oficinas, a alfaiataria ou a biblioteca.
"INTRO" conduz-nos pelo espaço arquitectónico do EPC - celas, corredores, refeitório, barbearia, oficinas, balneário, recreio, gabinete de revista aos reclusos - e, em certa medida, reporta-nos também à sua componente vivencial. Contudo, Pedro Medeiros mostra-nos esta componente humana de modo sugerido, não efectivo. Trata-se, na sua esmagadora maioria, de imagens de espaços vazios - mesmo quando vistos pelo lado de fora, público - nos quais se adivinham vida, acções, conversas, trabalho, descanso, solidão. É o olhar que confere espaço à imaginação de vida num edifício oitocentista, imponente e congelado no tempo", refere a curadora da exposição, Isabel Nogueira.
A exposição, que pode ser visitada mediante marcação prévia junto do EPC, tira partido de dimensões e objectos museológicos do edifício oitocentista - como o próprio local onde está patente, no túnel que funcionou no passado como o local de entrada dos reclusos na prisão - ou a diligência centenária colocada no acesso.
"O que pretendemos foi uma narrativa visual sobre o espírito do lugar e não sobre os reclusos", adiantou Pedro Medeiros.
Realizada durante um ano com o apoio e acompanhamento da direcção do EPC, a missão fotográfica resulta "numa obra de visão autoral cuja intenção é a criação de um espaço de reflexão sobre os vários aspectos que identificam a memória e o espírito deste lugar: por um lado, o seu património histórico e arquitectónico, por outro, uma leitura dos principais locais desta instituição prisional, da sua disciplina de organização e do seu modo de funcionamento intramuros".
Da diversidade de espaços retratados na exposição estão ausentes, na grande maioria, as pessoas, tendo Pedro Medeiros inserido no conjunto de imagens impressas apenas uma fotografia com a mão de um recluso.
"Queria um elemento de humanização e também expressivo que exemplificasse a marca de reclusão, um punho fechado, em tensão, com uma tatuagem com cinco quinas, simbólica para os reclusos", explicou o artista.
Inaugurada no passado dia 31 de Outubro, a exposição surge associada ao lançamento de um livro, de edição limitada a 120 exemplares, com encadernação manual e acabamentos realizados por reclusos na Oficina de Encadernação do EPC.
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